Temporárias

João Rodrigues: obra plástica 

Comissários Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves 

João Rodrigues - obra plástica
Inauguração a 28 de fevereiro, às 17h00
O Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda, seguindo com o seu projecto de dar a conhecer selectiva e ordenadamente a parte mais importante do seu acervo artístico, apresenta agora os mais de trinta desenhos que, procedentes das ex-colecções de Mário Cesariny e Artur Manuel do Cruzeiro Seixas, fazem parte dos fundos da Fundação, prosseguindo assim um dos seus objectivos principais – divulgar a obra dos surrealistas portugueses, e, neste caso, a de um dos menos conhecidos, o João Rodrigues
Surrealista ligado ao grupo que entre 1956 e 1959. João Rodrigues dedicou-se sobretudo ao desenho. Papel, grafite, marcador ou tinta-de-china são as suas armas preferidas para retratar algumas cenas e tipos singulares da comédia humana lisboeta como essas praças e cafés resgatadas do pacífico e amável “modo provinciano de viver” onde muitas vezes o humor – ou, por seguir lembrando a Vaché e a Breton, o “umor”- do artista incorpora elementos surpreendentes, como crocodilos gigantes, por exemplo, ou imagina habitadas por uma fauna fantástica que pode nos levar até à mitologia clássica ou aos bestiários medievais. Um olhar cúmplice e simpático que às vezes se transforma em sátira que lembra algum desenho expressionista alemão mas sem a sua explícita violência expressiva – e por isso talvez mais revoltante e violenta - e que ocasionalmente aparece sob a forma de histórias desenvolvidas, como a conhecida “História Grega” incluída na antologia “Surreal-abjeccion(ismo)”.
João Rodrigues participou nos jogos colectivos dos surrealistas portugueses, sobretudo o do cadavre esquis – com Escada, Cesariny, D’Assumpção, Gonçalo Duarte, etc. - e na órbita do Surrealismo se manteve nos outros dois núcleos importantes das suas práticas artísticas, como os retratos – de Raúl Leal, António Domínguez, Francisco Relógio, Mário Cesariny, para além dos vários auto-retratos - e as capas de livros de autores portugueses e estrangeiros como Manuel de Castro, Fernando Alves dos Santos, António José Forte ou Guillaume Apollinaire.

Ler mais
  • Data 8 de fevereiro a 8 de maio de 2009