A Vida
O Tríptico “A vida” é a obra que melhor representa o Simbolismo plástico nacional.
Foi iniciado em Paris, em 1899, sendo aí somente pintados o painel lateral “Esperança” e o central “A vida” já o painel “Saudade” foi terminado no Porto, em 1901. É uma obra muito marcante, e de forte ruptura com a pintura que por cá se realizava na época.
O primeiro painel com a presença da mulher-mãe e o seu filho, disfrutam de uma paisagem poética onde a figura da mulher se encontra de costas, olhando o horizonte, em plena simbologia de Esperança .
O painel central apresenta-nos duas figuras montadas em dois cavalos brancos, vindas de um bosque Wagnariano, a mulher e o seu amante, ele combatente cruzado, ela donzela medieval, nos seus braços, aparecem nos cavalos vigorosos, dando-nos uma forte imagem do Amor que os une.
O terceiro painel, a figura da mulher-viúva, que veste de negro e nos transmite a tristeza e a Saudade do seu amante que partiu. Junto de si tem novamente a criança que permanece na sua ingenuidade, longe deste sofrimento, com uma flor que se poderá entender como uma nova esperança.
Não podemos ficar alheios à imagem da esfinge, mistério da vida, que se ergue imponente, numa paisagem vazia.
Fica assim, apresentado o ciclo da vida que não tem fim. Inicia-se com a esperança terminando com a saudade que irá novamente voltar à esperança com a nova geração, a criança fruto do Amor e elemento da continuidade da vida.
É uma obra preenchida pela simplificação e síntese, com tons esverdeados, rosados que se combinam na evocação deste espaço irreal, criando um ambiente intemporal.
- Autor António Carneiro
- País Portugal
- Ano 1901
- Técnica Óleo sobre a tela
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Dimensões
238 cm x 140 cm (painel central)
209 cm x 211 cm (painéis laterais) - Inv. FCM.00955