Livros

Benjamim Péret no Brasil

«O Centro Português do Surrealismo (CPS), entre muitas outras atividades, vem publicando periodicamente uma série de Cadernos que chegam agora ao seu número 16. De acordo com os objetivos do Centro, a publicação, sempre no âmbito do Surrealismo – o ‘histórico’ e o ‘eterno’, em palavras de Jean Schuster – e dos seus múltiplos contextos, tem privilegiado sempre os autores portugueses ou aqueles outros que com eles mantiveram uma relação de amizade, colaboração e cumplicidade, como Eugenio Granell, Jorge Camacho, Rik Lina ou o brasileiro Sergio Lima. Foi a partir do arquivo deste último e por iniciativa sua e do também brasileiro (e surrealista) Alex Januário, que surgiu a ideia de lembrar e uma das vozes mais livres do Surrealismo, Benjamin Péret. Viveu e trabalhou no Brasil, casou com Elsie Houston, esteve em Espanha lutando com os defensores da legalidade republicana, e aqui casou em segundas núpcias com outra das personalidades mais relevantes do Surrealismo, Remedios Varo, e nos deixou, para além das suas obras individuais ilustradas muitas delas pelos nomes maiores da poesia plástica surrealista, três extraordinárias antologias – Anthologie de l’amour sublime (1956), La poésie surréaliste française (1958) e Anthologie des mythes, legendes et contes populaires d’Amérique (1960). Esta homenagem reúne alguns textos do próprio Péret, breves apontamentos ou resenhas de autores brasileiros dos tempos da sua primeira viagem no Brasil, uma apresentação também breve de Alex Januário, um texto histórico e crítico extenso e fundamental de Sergio Lima e uma lembrança pessoal de um dos mais importantes intelectuais  contemporâneos, o brasileiro Michael Löwy, ligadi estreitamente ao Surrealismo e particularmente a Péret e aos membros da Association des Amis de Benjamin Péret, ficando enriquecidos os textos literários e histórico-críticos com fotografias do homenageado e desenho de Sergio Lima e colagem de Alex Januário. A todos, o profundo e sincero agradecimento do CPS.
Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves»