Livros

A luta anti-religiosa dos surrealistas foi afirmada por todos os modos de expressão: textos, desenhos, pinturas, declarações, filmes (como a Idade de Ouro, de Buñuel) ...
Foi realizada sempre pela defesa de uma abordagem sensível do "sagrado" - monopolizado pelas principais religiões monoteístas -, o que Breton chamou de "o maravilhoso", ou seja, a liberdade absoluta da imaginação, do amor, do desejo e da poesia .
À la niche les glapisseurs de Dieu! ("No nicho os delatores de Deus"), O manifesto de André Breton que dá nome à obra, data de 1948. Foi assinado na altura por cinquenta dos seus companheiros. Referenciado em 2006 por 175 surrealistas de todo o mundo, é publicado aqui pela primeira vez em várias línguas. Numa altura em que acabamos de celebrar o centenário do secularismo francês e a separação das Igrejas e do Estado, numa altura em que ameaçamos restabelecer a ofensa de blasfémia e de sacrilégio na República Francesa, numa época em que as liberdades de expressão e sátira estão ameaçadas, este livro apresenta, em forma de antologia, os textos fundadores que contribuíram para as lutas lideradas pelo Surrealismo, o mais influente dos movimentos de vanguarda do século XX, ao serviço da poesia, do amor e da liberdade.

[adaptado]