Arquivo Detalhe

Pelas características específicas dos seus fundos artísticos, a Fundação Cupertino de Miranda decidiu em seu momento privilegiar a incorporação e exposição de obras de autores ligados ao Surrealismo e à tradição em que os surrealistas explicitamente se reconheceram (aquela tradição a que Octavio Paz chamou “da ruptura”, Apollinaire e Guillermo de Torre apelidaram como tradição “da aventura” e Ernesto Sampaio qualificou como “a única real tradição viva”), e para isso criou o Centro de Estudos do Surrealismo, que, para além das suas actividades propriamente museológicas (com exposições como as dedicadas à obra plástica de Teixeira de Pascoaes, Risques Pereira, Carlos Eurico da Costa, Isabel Meyrelles, Mário Cesariny e Gonçalo Duarte, ou a exposição “O Surrealismo Abrangente - Colecção particular de Cruzeiro Seixas”), tem vindo a organizar uma importante biblioteca especializada e a apoiar a edição de obras que possam contribuir para a divulgação e o estudo da revolução surrealista.
Alternando com as várias exposições temporárias (muitas delas com carácter itinerante), o Museu da Fundação Cupertino de Miranda realiza exposições sempre renovadas da sua colecção de pinturas, desenhos, esculturas, objectos, fotografias, manuscritos e documentos vários.
Nesta exposição Colecção da Fundação Cupertino de Miranda, encontramos obras de alguns dos mais importantes nomes do Surrealismo português (no momento da sua “intervenção” mais ou menos organizada), como Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, António Pedro, Risques Pereira, Carlos Eurico da Costa, Mário Henrique Leiria, João Rodrigues, Isabel Meyrelles, Fernando Alves dos Santos, António Dacosta, Cândido Costa Pinto, João Moniz Pereira, Marcelino Vespeira ou Manuel D’Assumpção, bem como outras de autores de alguma maneira ligados (por vezes de maneira explícita e declarada) ao Surrealismo ou situados em territórios fronteiriços ou paralelos, como Júlio (dos Reis Pereira), Jorge Vieira, Eurico Gonçalves, Carlos Calvet, Raúl Perez, Mário Botas, Paula Rego, Gonçalo Duarte.