Temporárias

Exposição "Mário Cesariny: o outro lado do reflexo"

Patente até 16 de julho de 2023

Mário Cesariny, nascido a 9 de agosto de 1923, é a figura central do surrealismo nacional, onde a sua escrita e obra plástica teve um destaque fundamental. A experimentação e o corte com as práticas mais académicas elevaram a sua obra a uma existência muito particular, merecendo um destaque entre os seus pares autores/artistas.
Expor fotografias que retratam a sua casa, vida e obra é uma oportunidade de fortalecer o conhecimento do homem e do artista, que fez História e Estórias em Portugal.
Nesta exposição Duarte Belo e Eduardo Tomé, destacam-se pela quantidade de possibilidades que nos trazem, e que nos fazem entender a personalidade irreverente de Mário Cesariny.
Encontramos o seu espaço real, o seu quarto, a sua cama, os seus objetos, obras e livros, que nos levam ao seu universo surreal. O seu quarto era a sua “sala de visitas”, onde recebia os seus convidados, sentado, ou mesmo deitado na sua cama.
As fotografias de Duarte Belo, tal como José Manuel dos Santos refere no livro Cesariny: Em casas como aquela:

são como um navio de espelhos onde o mundo fechado de Cesariny nos entrega os seus sinais, as suas sombras, as suas solidões, os seus sóis, os seus fantasmas, os seus funâmbulos.”

Eduardo Tomé, mais que a casa, mostra o espírito livre a que Mário Cesariny sempre nos habituou nas suas obras artísticas e literárias. Fotografias tiradas no seu atelier e em sua casa, “em agosto ou setembro”, de 1975.
Fernando Lemos, fotógrafo e surrealista, no seu catálogo Eu Sou fotografia, retrata Mário Cesariny e refere que ele “mostra o quanto é corajoso. Corajoso na escrita, na palavra, no sexo, em tudo. […] ele escreveu, ele pintou, ele só não fez fotografia (risos).
Contudo, encontramos ainda muitas outras fotografias de autores desconhecidos, muitos, certamente, seus amigos, mostrando o seu outro lado do reflexo, e em todas as suas dimensões. Cerca de 200 fotografias estarão presentes nesta exposição, que antecede as comemorações do seu centenário, que inicia em agosto, aquando da data do seu nascimento.
Na última sala encontramos o documentário de Miguel Gonçalves Mendes “Autografia”, que tal como as fotografias pretende retratar “a sua vida, o seu percurso e a sua individualidade”.
Esta exposição é mais uma oportunidade de encontrar Mário Cesariny, de revisitar o seu espaço e as memórias de quem por lá passou.
Faleceu a 26 de novembro de 2006.

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  • Local Fundação Cupertino de Miranda
  • Data 6 de abril a 16 de julho de 2023